15 outubro 2011

[Resenha] O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini

Postado por Renato Nascimento às 22:36

 Título: O Caçador de Pipas
 Autor(a): Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira
 Número de Páginas: 365
 Onde Comprar: Livraria Saraiva (R$ 35,90)
 Avaliação Final: 10/10

Amir e Hassan cresceram juntos, exatamente como seus pais. Apesar de serem de etnias, sociedades e religiões diferentes, Amir e Hassan tiveram uma infância em comum, com brincadeiras, filmes e personagens. O laço que os une é muito forte: mamaram do mesmo leite, e apenas depois de muitos anos Amir pôde sentir o poder dessa relação. Amir nunca foi o mais bravo ou nobre, ao contrário de Hassan, conhecido por sua coragem e dignidade. Hassan, que não sabia ler nem escrever, era muitas vezes o mais sábio, com uma aguda percepção dos acontecimentos e dos sentimentos das pessoas. E foi esse mesmo Hassan que decidiu que Amir seria, durante a batalha da pipa azul, uma pipa que mudaria o destino de todos. No inverno de 1975, Hassan deu a Amir a chance de ser um grande homem, de alterar sua trajetória e se livrar daquele enjôo que sempre o acompanhava, a náusea que denunciava sua covardia. Muito depois de desperdiçada a última chance, Hassan, a calça de veludo cotelê marrom e a pipa azul o fizeram voltar ao Afeganistão, não mais àquele que ele abandonara há vinte anos, mas ao Afeganistão oprimido e destruído pelo regime Talibã. Amir precisava se redimir daquele que foi o maior engano de sua vida, daquel dia em que o inverno foi mais cruel.

Resenha


    Intenso. A única palavra que pode definir este livro do começo ao fim, principalmente no fim. Simples e intenso. Antes de acabar o livro, tinha milhões de ideias de resenhas, mas nenhuma pareceu se encaixar depois que li a última frase, e eu não conseguia definir o livro de nenhuma forma possível.

    — O que achou do final? — Perguntou meu pai, mas havia maneira de responder. Até que minha mãe disse a palavra certa: Intenso... Não existe outra palavra, expressão ou frase que melhor defina este livro. Tive vontade de abandonar o livro várias vezes, pelo motivo da narrativa ser um pouco cansativa, tanto que demorei três dias para finalizar o livro, mas eu sabia que tinha algo diferente e uma grande lição de vida por trás dos detalhes profundos.

     Achei que Amir, um dos protagonistas, fosse realmente mau e perverso, que gostasse de zombar de Hassan por ele ser analfabeto, ou por simplesmente não saber o significado da palavra “imbecil”. Porém ele nunca foi realmente mau, só precisava do amor de seu baba, de seu pai. Sempre se martirizava, achando que o pai não sentia orgulho dele, que talvez preferisse Hassan no lugar de seu filho legítimo. Então, todas as ações de Amir foram com o objetivo de conquistar o amor de seu pai, um amor que ele pensou não existir. Amir sempre foi duro consigo mesmo, e seu passado o seguiu durante vinte e cinco anos, até que a oportunidade de ser bom de novo apareceu.

    Não posso dizer muito, porque a essência do livro está no final e de como Amir se mostra a pessoa mais honesta e bondosa do mundo. A narrativa do autor por vezes é cansativa e detalhista, mas peço encarecidamente que, se você estiver lendo este livro, ou pretenda ler, não o abandone, pois este é o tipo de livro que fica gravado em sua mente por anos a fio, com uma bela lição de vida.



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